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Copo Plástico
O copo plástico surgiu no século XX, com o avanço da química dos polímeros e a necessidade de alternativas baratas e descartáveis ao vidro e papel. Tudo começou com a invenção do celuloide, em 1869, por John Wesley Hyatt, o primeiro plástico sintético, usado inicialmente em objetos rígidos. Porém, foi a descoberta do baquelite, em 1907, por Leo Baekeland, que abriu caminho para plásticos moldáveis, embora ainda não flexíveis o suficiente para copos.
O marco real veio na década de 1930, com o desenvolvimento do poliestireno e do polietileno, plásticos leves e moldáveis por injeção ou sopro. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a escassez de materiais como metal e vidro impulsionou o uso de plásticos em utensílios. Após o conflito, a cultura do consumo rápido nos EUA favoreceu itens descartáveis. Em 1942, a Dixie Cup Company, famosa por copos de papel, começou a experimentar plásticos, mas o copo plástico como conhecemos ganhou força nos anos 1950.
A empresa americana Solo Cup Company lançou, em 1957, copos de poliestireno vermelho, icônicos em festas, baratos e fáceis de produzir em massa. O processo envolvia extrusão e termoformagem, aquecendo o plástico até torná-lo maleável e moldando-o em formas cilíndricas. O polipropileno, mais resistente, também passou a ser usado.
A popularidade explodiu nas décadas de 1960 e 1970, com a ascensão de fast-foods e eventos de grande público. Apesar da praticidade, o impacto ambiental — longa decomposição e poluição — só foi questionado mais tarde, levando a alternativas como plásticos biodegradáveis. Assim, o copo plástico nasceu da inovação química e da demanda por conveniência.
O Vidro
O vidro é um material sólido, amorfo e geralmente transparente, formado pelo aquecimento de sílica (dióxido de silício, SiO₂), encontrada na areia, a cerca de 1.700°C, seguida de resfriamento rápido para evitar a cristalização. Sua história remonta a cerca de 3.500 a.C., na Mesopotâmia e no Egito, onde era moldado em contas e pequenos objetos. Inicialmente, a produção era artesanal, usando fornos rudimentares e sopradores de vidro, técnica aprimorada pelos romanos no século I a.C. com a invenção do sopro em moldes.
Quimicamente, o vidro é uma mistura de sílica com óxidos como sódio (Na₂O) e cálcio (CaO), que reduzem seu ponto de fusão e aumentam a durabilidade. Aditivos como óxido de chumbo dão brilho (cristal), enquanto cobalto ou ferro alteram sua cor. Sua estrutura amorfa, sem ordem molecular fixa, o diferencia de cristais, conferindo versatilidade e fragilidade.
Na Idade Média, o vidro ganhou destaque em vitrais góticos, como os da Catedral de Chartres. A Revolução Industrial, no século XIX, trouxe a produção em massa, com máquinas como a prensa de vidro e, mais tarde, o processo float (vidro plano sobre estanho fundido), inventado por Alastair Pilkington em 1959. Hoje, o vidro está em janelas, embalagens, fibras ópticas e telas de smartphones (ex.: Gorilla Glass).
Reciclável infinitamente sem perda de qualidade, o vidro é sustentável, mas sua produção consome muita energia. Tipos especiais, como o temperado (mais resistente) e o borossilicato (suporta altas temperaturas), atendem a usos específicos, de carros a laboratórios. Curiosamente, o vidro "flui" ao longo de séculos, como visto em janelas antigas ligeiramente deformadas, um mito parcialmente verdadeiro devido à viscosidade extrema em estado sólido. Assim, o vidro une história, ciência e funcionalidade cotidiana.
Baquetas
No século XIX, com a popularização das bandas marciais nos Estados Unidos e na Europa, os tambores ganharam maior complexidade, exigindo ferramentas mais precisas. A industrialização permitiu a produção em massa de baquetas torneadas, geralmente de nogueira ou bordo, madeiras leves e resistentes. William Ludwig, fundador da Ludwig Drums, foi pivotal nesse processo. Em 1909, ele patenteou um pedal de bumbo, mas também refinou o design das baquetas para atender aos bateristas de jazz emergentes.
O jazz, nos anos 1920, consolidou as baquetas como conhecemos hoje. Bateristas como Baby Dodds e Zutty Singleton buscavam maior controle e velocidade, levando à padronização de modelos com pontas arredondadas ou ovais. Empresas como Vic Firth, fundada em 1963, profissionalizaram ainda mais a fabricação, oferecendo tamanhos e formatos variados (ex.: 5A, 7A). Assim, as baquetas evoluíram de varinhas improvisadas a instrumentos técnicos, moldados por necessidades musicais e avanços industriais.
Sem câmara
O pneu sem câmara de ar, conhecido como pneu tubeless, é uma inovação significativa na indústria automobilística que eliminou a necessidade de uma câmara interna para manter a pressão do ar. A ideia de um pneu sem câmara remonta a várias décadas, com múltiplas tentativas de desenvolvimento ao longo dos anos.
O avanço significativo ocorreu em 1947, quando a B.F. Goodrich Company, sediada em Akron, Ohio, anunciou o desenvolvimento de um pneu sem câmara. Este novo design eliminava a câmara interna, mantendo o ar pressurizado dentro das paredes do próprio pneu. Após anos de testes rigorosos, incluindo uso em táxis e veículos da polícia estadual de Ohio, o pneu provou ser eficaz. Em 1952, a B.F. Goodrich recebeu as patentes correspondentes, e, até 1955, os pneus sem câmara tornaram-se equipamento padrão na maioria dos novos automóveis.
Frank Herzegh, engenheiro da B.F. Goodrich, foi fundamental nesse desenvolvimento. Ele projetou e testou pessoalmente o pneu sem câmara, resultando em uma inovação que revolucionou a indústria automobilística. Ao longo de sua carreira, Herzegh obteve mais de 100 patentes relacionadas à tecnologia de pneus e, em 1978, foi agraciado com a Medalha Charles Goodyear por suas contribuições excepcionais.
A introdução do pneu sem câmara trouxe inúmeros benefícios, incluindo maior resistência a perfurações, redução do risco de estouros súbitos e melhor eficiência de combustível devido à diminuição do peso. Além disso, os pneus sem câmara proporcionam uma condução mais suave e segura, consolidando-se como padrão na indústria automobilística.
Para uma compreensão mais aprofundada sobre a história e o desenvolvimento dos pneus sem câmara, pode-se assistir ao vídeo "Mileage in the Making - Story of Tubeless Tire" de 1961, produzido pela B.F. Goodrich
O barbeiro mais antigo do mundo
Anthony Mancinelli é reconhecido como o barbeiro mais antigo do mundo. Nascido em 2 de março de 1911, na Itália, ele emigrou para os Estados Unidos com sua família aos oito anos de idade, estabelecendo-se em Nova York. Aos 11 anos, começou a trabalhar em barbearias locais e, aos 12, já cortava cabelos em tempo integral. Em 1930, abriu sua própria barbearia, que operou por quase 60 anos.
Em 2007, aos 96 anos, Mancinelli foi oficialmente reconhecido pelo Guinness World Records como o barbeiro em atividade mais velho do mundo. Mesmo após vender sua barbearia em 1987, ele continuou a trabalhar em diversos salões, incluindo o Fantastic Cuts em New Windsor, Nova York, onde atuava cinco dias por semana, das 12h às 20h.
Ao longo de sua carreira de 96 anos, Mancinelli testemunhou mudanças significativas nas tendências de cortes de cabelo e nas ferramentas utilizadas. Ele começou sua profissão usando tesouras manuais e observou a evolução para equipamentos elétricos modernos. Apesar das transformações na indústria, manteve-se atualizado com as técnicas contemporâneas e continuou a oferecer serviços de alta qualidade aos seus clientes.
Mancinelli atribuiu sua longevidade e capacidade de continuar trabalhando a um estilo de vida saudável, que incluía cozinhar suas próprias refeições e manter-se ativo. Ele dirigia sozinho para o trabalho diariamente e raramente tirava dias de folga. Seus colegas e clientes frequentemente expressavam admiração por sua ética de trabalho e dedicação à profissão.
Infelizmente, Anthony Mancinelli faleceu em 19 de setembro de 2019, aos 108 anos, devido a complicações de um câncer na mandíbula. Sua morte marcou o fim de uma era para a comunidade de barbeiros e para os muitos clientes que ele atendeu ao longo de quase um século.
Em março de 2025, Shitsui Hakoishi, uma japonesa de 108 anos, foi reconhecida pelo Guinness World Records como a barbeira mais velha do mundo. Nascida em 10 de novembro de 1916, Hakoishi iniciou sua carreira aos 14 anos e continua a trabalhar em seu salão em Nakagawa, na província de Tochigi. Ela atribui sua longevidade e energia à prática diária de exercícios iniciada aos 70 anos.
A história de Anthony Mancinelli permanece como um testemunho inspirador de dedicação e paixão por uma profissão, servindo como exemplo para muitos profissionais ao redor do mundo.